quinta-feira, 21 de junho de 2007

Doença da altitude elevada (mal da montanha)

A doença da altitude elevada (mal da montanha) é um distúrbio causado pela falta de oxigênio em altitudes elevadas. O distúrbio pode ter várias formas, primeiro uma forma dominante e, em seguida, uma outra forma. À medida que a altitude aumenta, a pressão atmosférica diminui e menos moléculas de oxigênio estão disponíveis no ar mais rarefeito. Esta diminuição do oxigênio disponível afeta o corpo de muitas maneiras: a freqüência e a profundidade da respiração aumentam, alterando o equilíbrio entre gases nos pulmões e no sangue, aumentando a alcalinidade do sangue e alterando a distribuição de sais (p.ex., potássio e sódio) nas células. Como conseqüência, a água é distribuída de modo diferente entre o sangue e os tecidos. Essas alterações são a principal causa da doença da altitude elevada. Nas altitudes elevadas, o sangue contém menos oxigênio, produzindo uma coloração azulada da pele, lábios e unhas (cianose). Ao longo de algumas poucas semanas, o organismo responde produzindo mais eritrócitos (hemácias, glóbulos vermelhos) para transportar mais oxigênio até os tecidos. Os efeitos da altitude elevada dependem de quão alto e de quão rápido a pessoa sobe. São poucos os efeitos perceptíveis abaixo de 2.200 metros, mas eles são comuns acima de 2.800 metros após uma ascenção rápida. A maioria das pessoas ajusta-se (aclimatação) a altitudes de até 3.000 metros em poucos dias, mas a aclimatação a altitudes mais elevadas pode levar muitos dias ou semanas.

Sintomas

A doença da altitude elevada aguda manifesta-se em muitas pessoas que vivem ao nível do mar quando elas ascendem a uma altitude moderada (2.400 metros) em 1 ou 2 dias. Elas apresentam falta de ar, aumento da freqüência cardíaca e cansaço fácil. Aproximadamente 20% delas também apresentam cefaléia (dor de cabeça), náusea ou vômito e distúrbios do sono. A maioria melhora em poucos dias. Este distúrbio benigno, que raramente não passa de uma sensação desagradável, é mais comum em pessoas jovens que entre as mais velhas.

O edema pulmonar da altitude elevada, um distúrbio mais grave em que ocorre um acúmulo de líquido nos pulmões, pode ocorrer posteriormente à doença da altitude elevada aguda. O risco de edema pulmonar da altitude elevada é um pouco maior nas pessoas que vivem em altitudes elevadas, sobretudo crianças, quando elas retornam à altitude elevada após passarem de 7 a 10 dias ao nível do mar. As pessoas que já apresentaram um episódio prévio apresentam uma maior probabilidade de apresentar um outro, e mesmo uma infecção respiratória leve (p.ex., resfriado comum) parece aumentar o risco. O edema pulmonar da altitude elevada é muito mais comum em homens que em mulheres. Habitualmente, ele ocorre de 24 a 96 horas após a ascenção até a subida e é incomum abaixo dos 2.700 metros.

A dificuldade respiratória é mais grave no edema pulmonar das altitudes elevadas do que na doença da altitude elevada aguda. Mesmo um esforço discreto causa falta de ar. A tosse é comum, sendo seca e irritativa no início e, posteriormente, produtiva. Uma grande quantidade de escarro, freqüentemente róseo ou inclusive sanguinolento, pode ser expectorado. O edema pulmonar da altitude elevada pode piorar rapidamente e em poucas horas evoluir de uma doença moderada para uma potencialmente letal.

O edema cerebral da altitude elevada, a forma mais grave da doença da altitude elevada, pode ocorrer espontaneamente nas 24 a 96 horas que sucedem a chegada a uma grande altitude, ou pode ser precedido pela doença da altitude elevada aguda ou pelo edema pulmonar da altitude elevada. No edema cerebral da altitude elevada, ocorre um acúmulo de líquido no interior do cérebro. Um sinal de alarme precoce é a ataxia (dificuldade de andar), que pode ser acompanhada por movimentos desajeitados dos dedos ou das mãos. A cefaléia é mais intensa que a da doença da altitude elevada aguda. Um pouco mais tarde, a pessoa pode ter alucinações, mas, freqüentemente, elas não são reconhecidas como tais. Quanto maior a altitude, maior o comprometimento da capacidade de julgamento e da percepção. Os sintomas podem ser semelhantes aos produzidos pelo consumo de álcool. O edema cerebral da altitude elevada pode evoluir em poucas horas de um distúrbio leve para um potencialmente letal. Uma pessoa com suspeita de apresentar edema cerebral da altitude elevada deve ser transferida imediatamente para um local mais baixo.

O edema da altitude (inchaço das mãos e pés e, ao despertar, da face) freqüentemente ocorre em excursionistas, alpinistas e esquiadores. Em parte, o edema da altitude é causado pela alteração da distribuição dos sais que ocorre no organismo em altitudes elevadas, mas o esforço extenuante produz alterações na distribuição dos sais e água mesmo ao nível do mar.

A hemorragia retineana da altitude elevada (pequenos focos de sangramento da retina na parte posterior do olho) pode ocorrer após a ascenção, inclusive até uma altitude moderada. Esta condição raramente produz sintomas e desaparece espontaneamente, exceto nos raros casos em que a hemorragia ocorre na parte do olho responsável pela visão central (a mácula). Neste caso, um pequeno ponto cego é perceptível. Raramente, ocorre borramento da visão ou inclusive cegueira em um ou em ambos os olhos. Aparentemente, esses episódios são uma forma de enxaqueca e desaparecem imediatamente após a descida.

A doença da altitude elevada subaguda é um distúrbio incomum que foi descrito em crianças chinesas nascidas ou levadas para locais de altitude moderada e em soldados acantonados em altitudes superiores a 6.000 metros durante muitas semanas ou meses. Este distúrbio é causado pela insuficiência cardíaca, resultando em um grande acúmulo de líquido nos pulmões, no abdômen e nos membros inferiores. A descida para uma altitude mais baixa cura a condição e é necessária para salvar a vida da vítima.

A doença crônica da montanha (doença de Monge) desenvolve-se gradualmente em alguns habitantes de locais de altitude elevada após muitos meses ou anos. Os sintomas incluem a falta de ar, a letargia e muitas dores e desconfortos. Pode ocorrer a formação de coágulos sangüíneos nos membros inferiores e nos pulmões e insuficiência cardíaca. A doença da altitude elevada crônica se desenvolve quando o organismo supercompensa a falta de oxigênio através da produção excessiva de eritrócitos. A pessoa torna- se incapacitada e pode morrer se não for levada a uma altitude mais baixa.

Prevenção

O melhor modo de se prevenir a doença da altitude elevada consiste em realizar a ascensão lentamente, levando 2 dias para atingir a altitude de 2.400 metros e um dia a mais para cada 300 a 600 metros adicionais. A ascenção em um ritmo em que a pessoa sente-se confortável é melhor que seguir um programa pré-estabelecido rígido. Pernoitar no meio do caminho também contribui para diminuir os riscos. O condicionamento físico pode ajudar, mas não garante que uma pessoa irá sentir- se bem em altitudes elevadas. É aconselhável que sejam evitados esforços vigorosos durante 1 ou 2 dias após a chegada ao local de destino. Ingerir líquidos adicionais e evitar o sal ou alimentos salgados também pode ser útil, embora essas medidas não tenham sido comprovadas. O consumo de álcool em altitudes elevadas deve ser feito com cautela. Uma bebida alcóolica consumida em um local muito elevado parece ter o dobro do efeito que ao nível do mar e os efeitos do uso abusivo de álcool são semelhantes a algumas formas da doença da altitude elevada.

A doença da altitude elevada aguda é minimizada pelo uso de doses baixas de acetazolamida ou de dexametasona no início da ascensão e por alguns poucos dias. O médico pode prescrever a nifedipina para as pessoas que apresentarem vários episódios de edema pulmonar da altitude elevadas. O ibuprofeno é mais eficaz que outras drogas no alívio da cefaléia causada pela altitude elevada. O consumo freqüente de pequenas refeições ao invés de refeições volumosas também é benéfico.

Tratamento

Geralmente, os casos leves da doença da altitude elevada aguda desaparecem em 1 a 2 dias sem outro tratamento que a ingestão de uma maior quantidade de líquido para repor a perda líquida por meio da sudorese e da respiração rápida de ar seco. O uso de ibuprofeno e a ingestão de líquidos adicionais ajudam a aliviar a cefaléia. Quando o problema é mais grave, a acetazolamida e/ou a dexametasona geralmente são úteis. Como em alguns casos o edema pulmonar da altitude elevada pode ser fatal, a pessoa afetada deve ser observada rigorosamente. Freqüentemente, o repouso ao leito e a administração de oxigênio são eficazes. Contudo, quando essas medidas não surtem efeito, a pessoa deve ser transportada para uma altitude mais baixa imediatamente. A nifedipina tem ação imediata, mas seus efeitos duram apenas algumas horas e ela não substitui o transporte da pessoa gravemente afetada para uma altitude mais baixa. O edema cerebral da altitude elevada, que também pode ser fatal, é tratado com um corticosteróide (p.ex., dexametasona). No entanto, em casos graves, esta medicação somente é administrada enquanto são realizados os preparativos para transportar a pessoa para uma altitude mais baixa. Quando o edema pulmonar ou cerebral da altitude elevada piora, qualquer retardo da descida pode ser fatal. Após a descida, as pessoas que apresentarem qualquer forma da doença da altitude elevada melhoram rapidamente. Quando isto não ocorre, uma outra causa do distúrbio deve ser investigada. Quando a descida imediata não é possível, um dispositivo que aumenta a pressão, simulando uma descida de várias centenas de metros, pode ser utilizado para tratar uma pessoa gravemente doente. Este dispositivo (saco hiperbárico) consiste em uma tenda ou em um saco de tecido leve e uma bomba manual. A pessoa é colocada no saco. Após este ser hermeticamente fechado, a pressão em seu interior é aumentada com a bomba. A pessoa permanece no saco de 2 a 3 horas. Este procedimento é uma medida temporária valiosa, sendo tão benéfica quanto a administração de oxigênio suplementar, que freqüentemente não está disponível durante uma escalada de montanha. fonte: http://www.msd-brazil.com/msd43/m_manual/mm_sec24_282.htm

3 comentários:

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