-Cedinho cheguei em Santa Cruz de La Sierra. Finalmente estava na Bolívia, tudo é caótico, os banheiros são pagos e imundos O terminal ferroviário é junto ao terminal rodoviário. Despeço-me do casal que estava comigo.
Primeiro choque: eles vendem passagens no grito, uma espécie de leilão e conforme aproxima o horário de saída os preços baixam. Queria pegar ônibus direto pra La Paz, mas saem a partir das 17 horas. Em vez de ficar o dia todo em Santa Cruz decidi ir pra Cochabamba, são 9 horas de estrada com ônibus sem banheiro. Comprei a passagem , 70 bolivianos + 3 de taxa de embarque que se paga num guichê separado. Saída às 8h45min. Como havia lido muitos relatos de que vendem mais passagens que assentos, fiz o vendedor me levar até o banco do ônibus.
Estava receosa quanto à bagagem e disse que ficaria comigo. O mochilão ficou um pouco apertado entre as pernas, mas pelo menos fiquei mais segura. Eles não colocam tickets na sua bagagem, depois percebi que o bagageiro ia aberto pois havia gente que viajava lá embaixo. Assim que o ônibus sai da rodoviária vai parando e mais e mais gente vai entrando. Todos se espremem, as chollas chegam com o "auaio", jogam-no no corredor do ônibus e sentam em cima. Pára mais um pouco e entra um monte de gente vendendo comida, refri. É um caos e a falta de higiene é total. Fico observando as chollas - elas são super femininas, mas é um feminino forte e não frágil como estamos acostumados.
Estava com receio de precisar fazer xixi que nem água tomava. O impressionante é que ninguém pede ao motorista pra parar, é um controle dos órgãos excretores que fiquei impressionada. À 1 hora da tarde o ônibus parou no que chamam de um restaurante enorme à beira da estrada. O lugar é fétido, horrível, cheio de moscas, cheirando à urina e cocô. Aquilo me abalou (e olha que eu tenho estômago forte) consegui tomar um sorvete e comprar um pacote de bolacha. A segunda parada foi no início da subida das montanhas. Não havia banheiro e todos aliviavam-se no mato. Estava morrendo de fome e consegui comprar uma maçã.
Ali começou uma subida cuja paisagem me reconfortava, lembrei das serras gaúchas coma diferença que aqui é infinitamente maior. À medida que subíamos a temperatura abaixava. Estava exausta e com fome. Não via a hora de chegar em Cochabamba.
-ficamos no Hotel Suécia (muio bem recomendado pelo Pombo, do Mochileiros.com) somente para descansar, pagamos 15 bls por pessoa para passar o dia, e o hotel tinha piscina
-Chegada em ST. Cruz as 10.30 com uma hora de atraso. Comprei a viagem p/Sucre para as 16.30, 100 bolivianos, 12.5 US$. Despedi-me dos dois peruanos, que queriam ir via Cochabamba até La Paz. Com 2 noites sem banho, resolvi ir para um hotel até a saída do ônibus. Saindo da estação trem/ônibus tem no outro lado da avenida o hotel Suécia, mas 150 metros olhando p/esquerda tinha na esquina a residência San Estalome com farmácia ao lado. Eram 25 bolivianos, 3,10 US$ a noite em quarto com cama p/casal, com banheiro separado. Paguei, fiz a barba, tomei uma ducha, carreguei a câmera digital e fui dormir duas horas. Sai de novo com super-disposição. Sentei-me na esplanada cercado por alguns meninos que queriam ver o foto que tirei deles na câmera digital. Esperei a abertura da farmácia. Como sabia da doença de altura, que no mínimo dura 2 dias, arrasando uma pessoa com dores de cabeça incríveis, entrei na farmácia p/comprar Sorochepills. A senhora muito simpático disse que não precisava uma caixa inteira, 4-5 (1,5 bolivianos cada) iam resolver o problema. Assim foi, tomei logo uma e 3 horas depois outra. Na notei nada da doença da altura.
O ônibus p/Sucre saiu às 16.30 em ponto. Alguns kilometros após sair St. Cruz o ônibus começou a subida com curvas e mais curvas para chegar ao planalto que chega a mais de 2700 metros em Sucre e a volta de 4100 metros em Potosi.
-Expreso Santa Cruz é a pior companhia disparada, mas não sei se existe outra.
-Atenção ao chegar à rodoviária de Santa Cruz, as pessoas tentam vender passagens dizendo que é o último ônibus do dia. Cuidado ao embarcar a mochila, você deixa a mochila com o cara que te vendeu a passagem e ele diz que vai colocar no ônibus, mas você não o vê fazendo isso.
-Dê preferência para ônibus turísticos, pois a estrada é péssima!
-A maioria dos ônibus na Bolívia não tem banheiro. No trecho entre Santa Cruz e Sucre as "cholas" levam "pinico"… o negócio é bem bizarro…. principalmente quando resolvem jogar fora…ecaaa…
-Uma dica é chegar cedo e tentar guardar sua mochila logo que o ônibus estacionar, pq senão as cholas vão enchendo os bagageiros de bugigangas, primeiro lota o de baixo, aí lota o de cima (até onde dá) depois o corredor, depois…bom, elas dão um jeito de colocar mais coisas…. prepare-se pro maior rally de ônibus da sua vida !! e procura uma janela que fecha, senão é banho de poeira na cara !!! [aqui ele se refere ao trecho Uyuni – Villazon, mas acredito que deva ser assim na maioria dos casos]
-A pior estrada que peguei na Bolívia foi entre Santa Cruz e Sucre, você não imagina o que é aquilo, nunca mais vou reclamar das estradas do Brasil. Depois de Sucre para Potosí a estrada é super tranqüila, uma das melhores que eles tem na Bolívia e entre Potosí e Uyuni também muito boa a estrada com uma bela paisagem desértica no meio do caminho.
-Fiz esse percurso Uyuni Potosi-Sucre-Santa Cruz. Só recomendo para meus inimigos. rs. Volte de trem de Uyuni para La paz, vá a Cochabamba que é muito legal a cidade e depois Santa Cruz. Se algum dia eu tiver que fazer novamente, jamais voltarei por Potosi. Toda curva é um risco de morte [no caso, ele se refere ao trajeto inverso, de volta, mas a mesma coisa].
-Mas não deixaria de visitar Sucre por causa disso… faz parte.
-São umas 14 horas de viagem. Grande parte da estrada é de terra, a viagem é feita a noite, no trecho de serra de uma lado é montanha e do outro lado é abismo, e não tem nenhum guard rail, nenhuma proteção, não existe sinalização na estrada, as unicas indicações que tem são cruzes… não quero te assustar mas é assim a estrada.
-Eu fui pela Expreso Santa Cruz e recomendo que você não faça o mesmo hehehe Busão sinistro! Fios pendurados no teto, as molas dos bancos todas saindo, lotado até a tampa, meu amigo que tava comigo quase matou um bebê por acidente pq botaram a criança dormindo no chão do ônibus e ele à noite foi levantar para mijar e só viu o bb qd já tava quase pisando…
-O ônibus que eu peguei também foi sinistro. Gente no corredor, tinha até um galo dentro do ônibus que quando deu 5:30 ele começou a cantar. Os bancos também tinham alguns que afundavam a noite o pessoal deitava no corredor e um cara dormiu no pé do meu amigo. Se quiserem arriscar em ir de Sucre a Santa Cruz, peguem pelo menos os ônibus da Flota Copacabana e vá de bus cama, paga-se 100 bolivianos, as outras empresas pagam 50. Mas vale a pena, pois as poltronas reclinam muito e da pra tomar uns 3 dramins e desmaiar para não ver as curvas.
-De Sta Cruz pra Potosi também não é muito rápido chegar… ou vc faz via Cochabamba (dá um rolê mas a estrada é razoável) ou via Sucre (estrada péssima, perigosa que ninguém recomenda, a viagem pode levar até 24 horas). Eu sugiro fazer Sta Cruz - Sucre de avião (30 minutos de vôo e US$ 50 a passagem).
-Os perrengues fazem parte da trip e é uma das coisas q mais vale a pena, histórias pra contar não vão faltar!
-Um colega que estava em um bus nesse trajeto capotou e machucou e teve que voltar para o Brasil. Acidentes são muito freqüentes nessa estrada e na estrada de Potosi-Uyuni.
-Chegamos em St. Cruz por volta das 10 horas da manhã. Pegamos um táxi para o aeroporto Trompilho por 7 bls e de lá um ônibus até o Viru Viru que é o aeroporto Internacional, por 5 bls por pessoa….já que os táxis cobram uns 60 bls pra levar da rodoviária até o Aeroporto….Passamos o dia literalmente no Aeroporto..Nosso vôo pra Campo Grande pela Gol só sairia 00:40….21:30 fizemos check-in….23 horas entramos na sala de embarque e é claro fomos no Free Shop acabar com nossas doletas….O Jê comprou um Bulgari por U$40, um GIVENCHY por U$42 e um Pure Poison do Dior pra mim por U$42….
-Sta Cruz-Sucre: 50 bols (U$ 6,25). Sucre é maravilhosa e, agora, tem Hostel International, bem perto da rodoviária. Muito barato e bom (25 bols). Dá para ir a pé.
-Eu sugiro fazer Sta Cruz - Sucre de avião (30 minutos de vôo e US$ 50 a passagem).
-Os trechos Sta Cruz-Sucre-Potosi-Uyuni são tranqüilos, bem legais. Nem esquente, vc vai se divertir e aproveitar a paisagem. Nada demais se comparados a maluca travessia de Puerto Quijarro-Sta Cruz pelo chaco boliviano, de ônibus. Os ônibus de Sta Cruz para Sucre saem no final da tarde (17:30h +-), compre as passagens com antecedência, ou vai pagar mais. eu paguei 80 bols pela Imopar. Tem muitas outras, não se assuste e não aceite pressão dos sacanas dos vendedores nos guichês. Talvez, vc tenha de dormir em Sta Cruz, para esperar o dia seguinte. Eu fiquei no Hostal Jodanga. Muito bom. Preço um pouco fora do padrão boliviano, mas, para para quem está chegando e não quer sair atrás de pechinchas, vale a pena. 50 bols. Aproveite, fotografe a catedral, tome umas brejas e relaxe. O ônibus chega pela manhã em Sucre e, se for para o Hi, pode ir a pé, uns 200m.
-Escolha sempre os melhores onibus e peça para ve-los antes de comprar a passagem. Eles costumam vender uma coisa e depois quando vai ver é outra.
-Não adianta chegar lá pensando: vou pagar um pouco mais e pegar um melhor. Isto não existe na Bolívia. Eu sempre paguei mais caro mas mesmo assim ônibus em condições precárias e talvez um pouco menos cheios. Ah, e as estradas são todas de terra, exceção as perto de La Paz, e Cochabamba.
Fonte: Moreno
Um comentário:
Ôôôô Wagner, ker me matar de medo? O q foi akele comentário das estradas, busões, principalmente a parte de Uyuni-Potosí-Sucre-Santa Cruz de la Sierra? Esse é o caminho que eu vou fazer SOZINHO na volta!!!! Desse jeito eu vou procurar um vôo de Potosí direto pra Cuiabá! O que que é isso!!!!!!???????
Meeeeedddddddoooooooo!!!!!!!!!!!!
Vitor!
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