domingo, 29 de julho de 2007

FOTOS CURIOSAS DA VIAGEM

O BRAÇO DO CRISTO REDENTOR VISTO POR UM OUTRO ÂNGULO
EM CUSCO, FOLHA DE COCA NÃO É DROGA. FOTO TIRADA EM UM MERCADO.
MAL DE ALTITUDE NÃO É LENDA

AS PESSOAS SE CONFUNDEM COM OS MODELOS DE MOSTRUÁRIO

ASSIM É O MINISTÉRIO PÚBLICO DE COPACABANA, NA BOLÍVIA

VISTA AÉREA DE MACHU PICCHU. SOMENTE 400 PESSOAS POR DIA PODEM DESFRUTAR DESTA VISTA EXÓTICA!

MERCADO BUENOS AIRES, EM LA PAZ: QUADROS REAIS

CASAL DE TURISTAS CURTINDO O DIA EM IQUIQUE, NO CHILE

LÁGRIMAS

TAM - TRANSPORTE AÉREO MILITAR

ALPACAS E CHOLAS JUNTAS

Reportagem FOLHA DE LONDRINA

clique na imagem acima para ter acesso ao conteúdo da Reportagem

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Dia 26.07.2007 - por Wagner, Will e Ricardo

caminho lindo! começando de san Pedro de Atacama
Depois da ótima postagem do Vitor, nos resta apenas concordar com a grandiosidade das belezas naturais da Bolívia!

Antes, porém, conforme já relatado, conhecemos o Chile. estrada no Deserto de Atacama, no Chile Vale de la Luna, no Chile. Parece a Lua mesmo! pôr do Sol mais lindo, no Deserto de Atacama

Pegamos o pacote da mesma empresa de Vitor e Nath: Colque Tour! Eles pegaram de Uyuni para San Pedro de Atacama. Nós pegamos de San Pedro à Uyuni. Isso nos permitiu conhecer o Deserto Chileno.

a Laguna Verde Tudo é lindo, maravilhoso e inenarrável! Will e Ricardo mais corajosos que o friorento do Vitor

Will segurando Ale e Wagner truco no Hotel de Sal

No percurso, conhecemos alguns gringos e brasileiros. Com os últimos fizemos a maior parte da viagem até Salta, na Argentina.

Formamos uma família com os compatriotas. Unimos-nos até mesmo para empurrar um jipe atolado. parrillada em Salta por 17 pesos ou 10 reais

em Foz, Will, Ricardo e Wagner

Bom, agora Will, Ricardo e Wagner acabaram de chegar a Londrina. Cortamos Assuncion, pois a viagem se estenderia muito. Alexandrina pegou um vôo para São Paulo. Esperamos que tenha chegado bem e feliz!

Estamos com saudades de Nath e de Vitor. Com certeza faremos um churrasco entre os seis, é claro, temperado com o sal de Uyuni!

A viagem foi fantástica, sofrida e inesquecível! Cada momento, cada dissídio, cada angústia nos uniu e criou um vinculo eterno!

Concluímos que o Brasil, apesar dos seus problemas, é o país do melhor tempero, da melhor música e do povo mais alegre!

Seis aventureiros, seis novos amigos,...

Cada vez mais...

Mal cozido no! Somos todos bem cozidos!

Dia 26 de Julho de 2007 - Madrugada - Barra do Garças - MT - Brasil

E aí pessoal, tudo bem com todo mundo?

Então... aqui quem está postando é o Vitor. Vou descrever aqui os últimos dias de nossa viagem, isto é, a parte feita por mim e pela Natália.

Na segunda feira, dia 16 de julho, 2 horas antes da viagem marcada e já com as passagens compradas para Tacna (Perú, divisa com o Chile), eu e Natália decidimos não ir mais para Tacna e Arica (no Oceano Pacífico do Chile, de onde tomaríamos um ônibus em direção à Bolívia para conhecer o Salar de Uyuni). A decisão decorreu do fato de a estadia de 1 dia no Pacífico nos custar uns 60 dólares e 2 ou 3 dias a mais na viagem. Tudo isso no momento em que tudo o que mais queríamos era conhecer o Salar de Uyuni (na Bolívia) e rumarmos para o Brasil. Nós dois por motivos óbvios: dinheiro e vontade de retornar para casa (quanto mais tempo eu demorasse, menos ficaria em Barra do Garças. A Naty, quanto mais demorasse, menos tempo com o namorado e com a família em Venceslau).

Desde o começo, eu sabia que não iria ao Paraguai e talvez nem à Argentina, já que queria ver meus pais em Barra do Garças e, se voltasse pela Argentina e Paraguai, teria que ir direto à Londrina, já que não daria tempo de viajar por tudo à tempo! De forma que minha idéia inicial era ir à Bolívia, Perú, Chile, retornando à Bolívia para chegar ao Mato Grosso pela fronteira de San Mathias...

Decisão tomada (o Ricardo já havia dito para a Natália que, já que não iríamos para Iquique, a ida para Arica só encareceria e retardaria a nossa volta ao Brasil, isso levando em conta que nosso objetivo era conhecer o Salar de Uyuni, e não o Oceano Pacífico. Consideração que eu concordei plenamente). Resolvemos o problema das passagens e, juntamente com os dois suíços (que nos acompanhariam), compramos passagens de Cuzco diretamente para La Paz. Detalhe: por teimosia do Raphäel (o suíço, contrariando sua namorada), compramos passagens de empresas diferentes. Não sabíamos, mas essa decisão apressada de Raphäel seria o fim da estadia do casal helvético com nosso grupo, ou melhor, comigo e com a Natália.

À tarde, Wagner, Ricardo, Alexandrina e Willian partiram para Tacna (Wagner esqueceu uma de suas jaquetas no hostel. Ela passou a ser minha companheira de viagem). À noite foi nossa vez. Partimos para La Paz, juntamente com os brasileiros mais legais que conhecemos no caminho: Rafael e Carlos Eduardo. Na madrugada, entenderíamos o porquê da "gentileza" do motorista em nos oferecer cobertores no começo da viagem. O ônibus não possuia sistema de calefação e nós quase congelamos!!!!!! :S

Após uma revista nada agradável feita pela polícia peruana em Desaguadero, entramos de novo na Bolívia, país inicial e inspirador dessa viagem. Chegamos em La Paz na terça feira, dia 17 de julho, pela manhã.

Nos despedimos de Rafael e Carlos Eduardo e, como Raphäel e Carine (os suíços) não chegavam, resolvemos partir para o sul da Bolívia, sem perder tempo em La Paz. (Havíamos combinado de encontrar com os suíços ao meio-dia em La Paz, mas soubemos que o ônibus deles havia tido um problema e não chegaria antes das 6 da tarde. Resolvemos partir sem eles, mas deixamos um bilhete no guichê da empresa avisando onde estaríamos e que eles nos encontrassem depois. Essa foi a nossa separação).

Naty e eu chegamos em Oruro no começo da tarde, compramos passagem para Uyuni. Eu estava meio deprimido. Tudo ao mesmo tempo: cansado da viagem, louco para conhecer o Salar e voltar ao Brasil, pensando nos meus amigos que estavam em Barra do Garças (essa é a melhor época na minha cidade: festival de praia... cachoeiras... shows... luaus...), o peso da separação do grupo também se fazia presente. Estava bem desanimado. À noite, pegamos o busão para Uyuni.

Chegamos em Uyuni na quarta feira, dia 18 de julho, de madrugada... um friiiiio! Acho que nunca tinha visto um frio tão intenso! Fomos para o Hostel. Dormimos até as 8 da manhã e fomos procurar uma agência para conhecer o Salar de Uyuni e os outros desertos da região fronteriça com o Chile.

Decidimos fazer o Tour de 3 dias com a Colque Tours, a predileta dos brasileiros, listada pelos guias e fóruns brazucas... O passeio custou 80 dólares, e a Colque Tours nos deixaria, no 3º dia, em San Pedro de Atacama, no Chile.

Saída para o Tour

Partimos para o Tour no mesmo dia, às 11 horas. Estávamos em 7 carros com 6 turistas cada... 42 pessoas. No nosso carro estavam a Naty, eu, 3 outros brasileiros e 1 alemão. Passamos primeiro pelo "Cemitério de trens", onde se encontram as carcaças dos diversos trens que eram utilizados para exportar os minerais bolivianos pelo Chile, na época áurea da exploração mineral boliviana.

Cemitério de trens

O Salar de Uyuni foi o lugar mais impressionante que vi em toda a viagem! O Salar de Uyuni possui 12.000 km2, sendo o maior do mundo. Está situado à 3.650 m de altitude. O deserto de sal foi, 40 mil anos atrás, um mar. Sua água evaporou durante o lapso de 10 mil anos, restando apenas o sal. Existem 11 camadas de sal, que variam: até 10 metros de profundidade é sal puro; de 10 a 100 metros, sal com cascalho; de 100 a 120 metros, barro lacustre.

Do Salar de Uyuni se extrai anualmente 25 toneladas de sal. Apenas 5% disso para consumo humano. Os outros 95% para consumo animal.

Salar de Uyuni

E não é que tem gosto de sal!!!!! haha

O Salar é um dos principais (senão o principal) destino turístico da Bolívia, infelizmente, ainda pouco conhecido por nós, brasileiros. Todo mundo devia conhecer o Salar. Esse lugar é magnífico!

No Salar de Uyuni, visitamos "INCAHUASI"( Casa Inca... Mais conhecida como "Isla del Pescado"). Na "ilha", encontram-se espécies de cactus que chegam a até 12 metros de altura!!!!! Incrível! Surreal! Também visitamos o hotel feito completamente de sal!

Nathália no Hotel de Sal

INCAHUASI

Parece uma fase do Mario Brothers

Não é montagem: segredos do Salar!

Seguimos até o fim do Salar, onde se localizava o Hotel Cactus, pertencente à empresa Colque Tours... Aí passaríamos a nossa 1ª noite no Deserto, com direito à banho quente, comida boa e bar! hehe!

Conhecemos os demais particantes do Tour... Gente do Brasil, Bolívia, Alemanha, Estados Unidos, Noruega, Inglaterra, Nova Zelândia, Japão, Bélgica, Suíça...

Alguns de nós bebemos (!) e tudo pareceu mais alegre no meio do deserto! ;) Interagimos e eu fiquei muito surpreso ao ser indagado pela inglesa com seus 60 anos de idade se algum de nós tínhamos maconha ou cocaína para oferecer-lhe! Eu e o americano Isaac não contemos as gargalhadas de surpresa e choque! Ela afirmava que não se conformava em estar na Bolívia e ainda não haver provado da pura droga boliviana!!!!!! Quanto mais vivo, mais vejo como o mundo está perdido! haha! Até agora não consigo acreditar que aquela "vovozinha" inglesa tava doida pra ficar doidona! hehe :)

Acordamos bem cedo na quinta feira, dia 19 de julho, partimos em direção à região desértica de Sud Lípez, para visitar as lagoas... Conhecemos diversas lagoas incríveis: Laguna Cañapa, Hediona, Honda e a tão famosa Laguna Colorada, de cor avermelhada. Chegamos na Laguna Colorada à tarde. Nos disseram que essa noite seria "fria de doer". A lagoa está dentro do Parque Nacional de Fauna Andina Eduardo Avaroa, que faz fronteira com o Chile.

Isaac, Naty e eu na Laguna Honda

Vicuñas no caminho

"Árbol de Piedra" no Deserto de Silioli

Deserto de Silioli

Laguna Colorada

A Laguna Colorada tem cor vermelha devido às algas encontradas em suas águas. Nessa lagoa vivem dezenas de flamingos! Coisa linda de se ver!

Parte da lagoa estava congelada, devido ao frio intenso. Nem o vento constante impede o congelamento da água.

Ao lado da Lagoa estava o nosso "hotel", onde passaríamos a 2ª noite do Tour. Era um tipo de pensão, sem chuveiros, nem banheiro decente. O chão do banheiro estava "congelado" (de verdade... á água acumulada no chão congelou). Aí passaríamos o que seria a noite mais fria da viagem.

Após a festa feita pelos brasileiros com o violão, a flauta e a percussão, e também depois das minhas diversas tentativas em tomar o intragável "Ruim" Bacardi, que com certeza era falsificado, que compramos na última vila antes da laguna por uns 5 reais cada um (!!!!!), fui olhar as estrelas, sozinho. Caminhei até a laguna e as estrelas pareciam não ter fim... eram milhares, senão milhões! Nunca havia visto um céu tão estrelado!!!! Porém, o frio abaixo de zero e o medo de ser surpreendido em terras estranhas me compeliram a voltar ao nosso "hotel" e dormir! O que não é o medo, senão a expressão maior de fraqueza e inibidor do desfrute da vida em sua plenitude! Quisera eu ter permanecido mais tempo à beira das águas gélidas da Laguna Colorada, sob a claridade do universo infinito!

Acordamos na sexta feira, dia 20 de julho, às 4 horas da manhã, já que os gêiseres dessa região terminam sua atividade em torno das 6 e meia da manhã. O frio era tão intenso que ninguém queria sair de dentro do saco de dormir nem das cobertas, quanto menos levantar da cama. O alemão Andreas, que estava em nosso quarto, nos preparou uma sopa de ervilhas em seu fogareiro, e todos comemos no mesmo prato!

Alemão fazendo sopa de ervilha!

Fomos em direção aos gêiseres... Experiência única. Incrível! Nossos ossos são mais espertos do que imaginamos. Eles não doíam por acaso... fomos informados que a temperatura era de -22 graus Celsius! Agora entendia porque o Thiago (paulista que conhecemos no barco no Lago Titicaca dias antes) nos dizia que ninguém queria descer do jipe para ver os gêiseres, quando ele foi ao sul da Bolívia.

Gêiser

Um Gêiser é uma nascente termal que entra em erupção periodicamente, lançando uma coluna de água quente e vapor para o ar. O nome Géiser provém de "Geysir", o nome de uma nascente eruptiva em Haukadalur, na Islândia (terra do Pálmi! hehe); este nome deriva por sua vez do verbo gjósa, "jorrar". A formação de gêiseres requer uma hidrogeologia favorável, o que existe apenas em poucos locais na Terra; logo, são fenômenos razoavelmente raros. Existem cerca de mil em todo o mundo, a maioria no Parque Nacional Yellowstone, nos Estados Unidos e na Islândia.

Existem gêiseres nos Estados Unidos, México, Perú, Bolívia, Chile, Islândia, Bulgária, Quênia, Etiópia, China, Japão, Rússia, e em algumas ilhas do Sul do Pacífico.

Entrar em contato com um gêiser é uma experiência bem diferente. O cheiro de enxofre é forte, o vapor é quente, mas traz conforto, pois esquenta o ar que está abaixo de zero. E é bem bonito!

Nathália e eu visitando os gêiseres

Depois da visita aos gêiseres, partimos para a visita às águas termais, que não são lá tão termais assim... A temperatura da água é de 30 graus. Nós, brasileiros, não arriscamos entrar, porque pra entrar seria fácil, mas e pra sair? Só um "candango" (ou brasiliense, como queiram), que estava andando pelos cantos só de cirola, arriscou o banho termal. Os gringos fizeram a festa!

Banho termal

Seguimos em direção às Lagunas Blanca e Verde, a 5 km da fronteira com o Chile, tendo ao fundo o Vulcão Lincancabur, fronteira natural com o Chile. Lugar impressionante! Absurdamente lindo como todos os outros visitados nesse passeio surreal pelo sul da Bolívia.

Parece um quadro!

O mais legal é que o Licancabur já é Chile e, ao lado, estão umas montanhas, argentinas! É o ponto de 3 fronteiras!

Sem comentários! Entrada da Bolívia para quem vem do Chile!

Aqui, tomaríamos o microbus da Colque Tours para San Pedro de Atacama. Porém, cansados, com pouco dinheiro, e loucos para voltar logo ao Brasil, eu e Natália resolvemos voltar a Uyuni e, daí, para Potosí, Sucre e Brasil! Decisão sensata! San Pedro é caríssima! Conheceríamos a cidade em uma futura e certa viagem. Conversamos com o diretor da Colque e ele nos encaixou em uns jipes que voltariam para Uyuni. Eu, no jipe com o americano Isaac, que se tornaria fiel parceiro de viagem, 3 suíças, e 2 brasileiros, Vitor e Larissa (que, ao lado do Rafael, foram os mais legais que conheci nessas andanças pelo continente sul-americano). A Naty voltou no jipe com alguns americanos e franceses.

Suíças, Isaac, Larissa, Vitor e eu

A viagem de volta à Uyuni foi tranquila: 7 horas da mais pura poeira!!!!! A volta é sempre pacata! Diferente não foi a nossa... Exceto pelo fato de havermos conversado e nos divertido bastante.

Chegando em Uyuni, o americano Isaac, que falava espanhol e português (!!!!!) fluentemente (ele já morou em Buenos Aires e no Rio de Janeiro), com o qual eu havia feito amizade desde o começo da viagem, resolveu ir comigo e com a Natália à Potosí e Sucre. Depois, partiria para La Paz, Copacabana, Puno, Cuzco, Machu Picchu, Lima, Estados Unidos, após quase 1 ano na América do Sul. Ele veio por um intercâmbio de sua Universidade de Estudos Econômicos Aplicados à Agricultura, com ênfase no Mercosul.

Vale lembrar que esse é o americano mais brasileiro que existe. Sabe muito sobre o nosso país, nossa cultura, e sonha em morar em terras tupiniquis num futuro próximo. É ótimo ver que nosso país fascina a tantos!!!!!

À noite, fomos a um bar bem legal, com o chão completo de sal. Eu, Naty, Isaac, 2 caras e 2 gurias de Belo Horizonte, estudantes de medicina.

No sábado, dia 21 de julho, pela manhã, partimos à Potosí. No ônibus, conhecemos, "por acaso" (teria sido mesmo por acaso, ou havia sido usada alguma fórmula boliviana para se conhecer estrangeiros?????), um casal de bolivianos bem simpáticos, de Tarija, fronteira com a Argentina. Ambos com 23 anos. Mais tarde eles voltariam a cruzar nosso caminho!

Chegamos em Potosí à tarde.

Ficamos no Hostel "Koala Den", o melhor que ficamos em toda a viagem (juntamente com o "Casa de mi abuelo", em Cuzco). À noite, fomos à uma boate, mas não conseguimos entrar, pois estava lotada. A noite de Potosí é forte. Decidimos então ir a um pub, onde reecontramos, "por acaso", o casal boliviano que havíamos conhecido no ônibus de Uyuni a Potosí.

A noite foi bem legal, ainda que eu tenha ficado super preocupado achando que eles, por tão legais que eram, fossem traficantes de órgãos que pagavam drinks envenados aos turistas para venderem seus órgãos. Se eram, não sei... mas acho que os conquistamos, e ganhamos vários drinks! haha

Na volta, uma moça boliviana desesperada e chorando nos pediu que, pelo amor de Deus, a levássemos à sua casa, porque estava com muito medo, etc, etc, etc. Isso me cheirava golpe... daqueles nos quais a moça "indefesa" nos leva a um lugar perigoso onde 10 ladrões estão nos esperando para roubarnos tudo o que temos. Não deixei que Isaac atendesse ao pedido, mas como se a minha cara de pessoa má e brava não afastasse a moça da porta de nosso hostel, o recepcionista deixou que ela entrasse, dizendo que arrumaria um quarto para que ela passasse a noite. Melhor assim...

Porém, ela não desgrudava do Isaac e, depois que eu e a Naty tiramos a mão dela da jaqueta dele e o empurramos para o quarto, ela grudou na roupa da Naty e pedia para não a deixássemos só! A Naty quase bateu na cara dela, porque a boliviana estava possessa! Eu, sem paciência, brutalmente, tirei a mão dela da Naty, falei um monte de palavrões em espanhol, mandei-a calar a boca, perguntei o que ela havia tomado ou cheirado e falei que a minha paciência havia acabado. Deixei-a falando sozinha e subi para o quarto. O recepcionista arrumou um local para ela dormir.

Ao chegar no quarto, a Naty estava morrendo de medo e nervosa. Trancamos bem a porta.

Antes de dormir, fiquei pensando... "eu não teria sido bruto demais? Grosso? Afinal, não sou assim. Não foi a primeira vez que tratei com pulso um cidadão boliviano. Logo eles, que são tão amáveis, tão receptivos, que adoram tanto o Brasil." Me lembrava da ocasião em que havia estremecido as pernas do presidente do sindicato dos motoristas de van em La Paz, quando briguei para ir na van mais confortável, que não estava na vez. Lembro-me que fiquei uns dias com remorso. E agora, de novo! Que seja... Como diria a Naty: "e se fosse realmente o golpe da moça indefesa?". Melhor prevenir do que remediar!!!!!

Na manhã do domingo, dia 22 de julho, fomos conhecer a cidade.

Potosí é a cidade mais alta do mundo, situada a 4.100 metros de altitude. Está situada aos pés da montanha "Cerro Rico", de onde, na época da colonização espanhola, se retiraram toneladas de prata. Essa era a região conhecida como Alto Perú.

No século XVIII, Potosí era o "Centro do Mundo". Cidade mais populosa (possuía 170 mil habitantes... mais que Paris, Londres e Madri). Referência cultural e artística. A Europa copiava Potosí! Era a cidade mais rica do Planeta!!!!!!!!!! Toneladas e mais toneladas de prata do "Cerro Rico" patrocinaram a Revolução Industrial e até o Renascimento Italiano. Criou-se a frase: "Vale un Potosí" (vale uma nota). Diz-se que a quantidade de prata enviada de Potosí à Europa seria suficiente para se construir uma ponte (de ida e volta) de Potosí à Madri.

De cidade mais rica a cidade a cidade mais pobre. Potosí é hoje uma cidade pobre, uma das mais pobres da Bolívia. Ainda existem algumas minas, e os mineiros vivem e trabalham em situação precária e insalubre. Diversos protestos acontecem todos os meses, mas nada muda. Milhares de vidas foram ceifadas na época colonial. Infelizmente, a situação não se modificou.

Porém, Potosí é cheia de belezas. Permanecem os abastados casarões coloniais, os teatros, as igrejas imponentes, e também o sentimento geral de ser mais rico, superior. A cidade é fantástica!!!! Ouro Preto ficaria com inveja se conhecesse Potosí!

A sensação que eu, Naty e Isaac tivemos é que Potosí não é tão pobre assim, como dizem os números. Foram incontáveis os carrões de luxo que vimos. O povo se veste muito bem, além de ser bem mais bonito do que todos os lugares que visitamos. O povo de Potosí é muito bonito. É uma mistura de espanhol com sangue indígena!

Eu e a Nathália concluimos que essa foi a cidade boliviana mais linda que conhecemos!

Almoçamos num restaurante que fica no topo de uma torre e é giratório. Vista única da cidade! Fascinante!

À noite chegou e tivemos que partir... não à Sucre, como seria mais óbvio, mas à Cochabamba. O nosso hermanito gringo disse: "Agora ficarei sozinho outra vez!". Que triste. Me contive, mas não pude esconder a tristeza em ter que me despedir de nosso amigo que mais parecia irmão, que havia sido um dos americanos mais boa gente que conheci em toda a minha vida de andanças pela Europa e América, e de hospedagem de gringos na casa da minha família. Percebi que a Naty também se abalou. Mas a vida é assim... como diria uma amiga da Nova Zelândia: "Life´s all about hello´s and goodbye´s". Assim, nos depedimos de Isaac, de Potosí, da Prata, de Cerro Rico... De certa forma, a nossa viagem acabava alí. Os planos, os sonhos, as expectativas... tudo se resumia em duas palavras: cansaço e tristeza!

Segunda feira, dia 23 de julho, chegou, e com ela, Cochabamba. Cidade cercada pelas montanhas das Cordilheira dos Andes. Local lindo. Só achei que o Cristo fica num local muito baixo! :)

A nossa conexão para Santa Cruz de la Sierra se mostrou problemática. Em Potosí, nos enganaram... não havia ônibus da empresa "Unificado" para Santa Cruz pela manhã. Depois de havermos brigado e eu ter chamado a polícia, fomos encaixados num ônibus de outra empresa para ir até Santa Cruz.

Apesar de a viagem ser linda, pelo fato de a rodovia descer a Cordilheira dos Andes, eu não conseguia ver a paisagem. O cansaço havia tomado as minhas forças há dias... dormi a viagem toda.

Chegamos em Santa Cruz às 6 da tarde e comprei a passagem para San Mathias às 7 e meia. Porém, a Naty não conseguiu passagem para o mesmo dia para Puerto Quijarro e Corumbá. Teria que dormir em Santa Cruz.

Nos despedimos... acho que a viagem agora sim acabava. Sensação de tristeza. Me contive na frente dela, mas depois, algumas lágrimas foram inevitáveis. Na verdade, quando estamos longe de casa, longe de nosso país, de nossas raízes, nossos companheiros de luta, nossos amigos de viagem são a nossa família; e a Naty, nesse momento, representava isso pra mim: minha família! É incrível como são as amizades. De uma hora pra outra agente faz amigos para a vida toda! Muito bom que seja assim!

Cheguei em San Mathias pela manhã. Rachei um táxi com outros 3 brasileiros para vencer os 100 quilômetros restantes até Cáceres, já no Mato Grosso. Cheguei em Cáceres ao meio dia e foi ótimo sentir os 30 graus que fazia na cidade! Perfeito! Não estava mais aguentando o frio!

Tomei um ônibus às 13 h direto à Barra do Garças, cidade onde vivem meus pais. Cheguei aqui pela madrugada de terça para quarta feira... O mais louco é que aqui não chove em julho... é a época da seca, mas, por mais irreal que pareça, choveu o dia todo, e estava 18 graus. Agora à noite está até mais frio. O tempo tá louco! Domingo, estou partindo pra Londrina... Na segunda feira recomeça a vida real!

Espero que o resto do grupo esteja super bem!!!!! Naty, Wagner, Ale, Ricardo e Will, mandem notícias... já estou com saudade de vocês!!!!!!

Abração a todos e até breve!

P.S.: Posto as fotos de Potosí depois. Não estou conseguindo postar agora.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

20.07.2007 - San Pedro do Atacama

Ontem, dia 19.07.2007, aproveitamos para ir ao shopping e passear na praia de Iquique, a playa Cavancha, uma das mais famosas do Chile. Como o onibus para Calama so sairia as 23 horas, o Wagner nos ensinou a jogar Texas Holden Pocker na orla, bem como Willian e Ricardo aproveitaram para jogar futebol contra uns ninhos chilenos, que por sinal jogavam bem, ganharam de nos, brasileiros, por 12 a 11. Enquanto isso Alexandrina durmia no banco e Wagner tentava ler Marinoni.

Saimos de Iquique a noite e chegamos em San Pedro, as 09 e meia da manha.

Compramos o passeio dos proximos tres dias ao deserto de sal - estaremos incomunicaveis, sem acesso a eletricidade, internet no sabado e no domingo.

Chegaremos na cidade de Uyuni, na Bolivia, na segunda-feira. Nao voltaremos para San Pedro, pois pegaremos o trem direto para Salta, na Argentina.

Hoje, fomos visitar o Vale da Morte e Vale da Lua, no Deserto de Atacama, uma das vistas mais belas da viagem ate agora foi o por do Sol, no Vale da Lua .

OBS AS FOTOS NAO FORAM POSTADAS, DEVIDO A PODRIDAO DO PC DESTE CYBER EM SAN PEDRO DE ATACAMA.